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Globalização e Competição

Luiz Carlos Bresser-Pereira

Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.

2009 capa globalizacao e competicao

Uma síntese da análise teórica nova sobre a macroeconomia do desenvolvimento, com ênfase principal, de um lado, na economia política da globalização e das estratégias nacionais de desenvolvimento, e, de outro, do papel que a taxa de câmbio (e sua tendência à apreciação nos países em desenvolvimento) desempenha no desenvolvimento econômico. Os dois fatores principais que provocam essa tendência são a doença holandesa e a política de crescimento com poupança externa.


Livro em Formato PDF, Completo ou por Capítulos 

Globalização e Competição

Introdução

  PARTE I - Economia Política

Capítulo 1 - Globalização e Catching up

Capítulo 2 - A Instituição-Chave

Capítulo 3 - O Novo-Desenvolvimentismo

  PARTE II - Macroeconomia do Desenvolvimento

Capítulo 4 - A Tendência da Taxa de Câmbio à Sobrevalorização

Capítulo 5 - A Doença Holandesa

Capítulo 6 - Poupança Externa e Crescimento Lento

Capítulo 7 - Poupança Externa e Crises Financeiras

Conclusão

Referências 

 

Disponível na Livraria Cultura


Em francês: Mondialisation et Compétition (Éditions La Decouverte)

Em inglês: Globalization and Competition

Em espanhol: Globalización y Competencia


 

SOBRE O LIVRO:
A macroeconomia estruturalista do desenvolvimento por trás do novo desenvolvimentismo, de Bresser-Pereira

Prefácio de Robert Boyer em Português
Resenha de Paulo Miguel

Treze proposições resumindo Globalização e Competição

Globalização e Competição focaliza os países de renda média num quadro de globalização comercial e financeira. A primeira é vista como uma oportunidade, a segunda como grave ameaça. O objetivo é explicar porque alguns países emergentes são bem sucedidos no catching up enquanto outros não. O argumento é dividido em duas partes. Na primeira parte desenvolvo seis proposições de economia política:


1. O capitalismo global é caracterizado por forte competição econômica, não apenas entre as empresas, mas entre os países ou os estados-nação.

2. Essa competição torna os países mais interdependentes e relativamente menos autônomos. Seus governos, porém, tornam-se mais estratégicos na medida em que a maior interdependência deriva da crescente competição econômica

3. Os países bem sucedidos na competição são aqueles que fortalecem sua nação e adotam uma estratégia nacional de desenvolvimento.

4. Depois da Segunda Guerra Mundial, muitos países em desenvolvimento adotaram uma estratégia nacional desenvolvimentista que foi bem sucedida na promoção da industrialização e em transformá-los em países de renda média.

5. Uma importante crise da dívida externa nos anos 1980 e o colapso da antiga estratégia nacional, juntamente com a hegemonia ideológica neoliberal, levaram os países a adotar a ortodoxia convencional ou o consenso de Washington, que causou a crises de balanço de pagamentos e aumentou a desigualdade ao invés de promover o crescimento.

6. Depois da crise financeira dos anos 1990, e dadas as estratégias econômicas bem sucedidas de diversos países asiáticos, está surgindo um novo desenvolvimentismo, que o livro compara com o antigo nacional desenvolvimentismo e à ortodoxia convencional.

Na segunda parte eu discuto sete proposições de macroeconomia do desenvolvimento concentradas sobre a taxa de câmbio:

1. O novo desenvolvimentismo é uma estratégia macroeconômica que vê no lado da demanda os maiores obstáculos ao desenvolvimento, e requer, em relação ao mercado interno, que a política econômica assegure que os salários cresçam com a produtividade (o que não é garantido dada a ilimitada oferta de mão-de-obra), e, em relação aos mercados externos, que a taxa de câmbio seja competitiva (não sobreapreciada).

2. Uma taxa de câmbio competitiva é aquela que torna economicamente viáveis as empresas produtoras de bem comercializáveis internacionalmente que usam tecnologia mundial de ponta.

3. Nos países em desenvolvimento há uma tendência estrutural de sobreapreciação da taxa de câmbio que, se não for neutralizada, será um obstáculo maior para a diversificação e crescimento da economia nacional.

4. As duas causas estruturais por trás desta tendência (a doença Holandesa, e as taxas de lucro e de juros que atraem o capital estrangeiro) são infladas por políticas econômicas erradas: a política de crescimento com poupança externa (déficits em conta corrente), a tese do "aprofundamento do capital&" que implica em elevação da taxa de juros interna, a política de âncora cambial ou de dolarização para combater a inflação, o modelo dos "dois hiatos" que implica em financiamento externo, e a prática de "populismo cambial" - que deve ser neutralizada para que o país possa catching up.

5. A doença holandesa é uma falha de mercado que torna a taxa de câmbio de "equilíbrio corrente" mais apreciada do que a taxa de câmbio de "equilíbrio industrial" (aquela que torna viáveis as empresas que usam tecnologia de ponta).

6. Contrariamente à crença geral, a política de crescimento com poupança externa aplicada juntamente com a abertura financeira não promove crescimento, e, em casos extremos provoca crises financeiras, e, sempre, leva ao aumento artificial de salários e consumo. Em outras palavras, uma alta taxa de substituição de poupança interna por poupança externa.

7. As crises financeiras nos países em desenvolvimento são normalmente crises de balanço de pagamentos oriundas da suspensão da rolagem da dívida externa por credores externos em consequência não tanto dos déficits fiscais, mas da política de crescimento com poupança externa.



Thirteen propositions summarizing Globalization and Competition