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Metodologia Científica em Economia, e o Preparo de Dissertações e Teses

Objetivo da Disciplina

Os objetivos deste seminário são (1) discutir o problema da metodologia científica em geral e particularmente em Economia e (2) orientar em termos gerais a redação de monografias (trabalhos de conclusão do curso de mestrado e teses de doutoramento), de forma a auxiliar os alunos que já estão começando a trabalhar em suas monografias a obter uma maior produtividade nesta área.
Este curso destina-se a alunos inscritos no Mestrado e Doutorado em Economia de Empresas. Alunos de outros cursos que tiverem interesse poderão, entretanto, cursar a disciplina.
O curso será dividido em três partes. Na primeira parte, muito curta, serão discutidos os temas que os alunos estão considerando como tema de dissertação. Na segunda parte, teremos seminários com base nos textos previstos neste programa. Todos os alunos deverão ter lido e trazer uma cópia anotada do texto previsto para a aula. Na terceira parte do curso os alunos apresentarão suas propostas de dissertação com o capítulo central já basicamente desenvolvido.

Conteúdo Resumido: Seminários

Kuhn, Thomas (1962). A Estrutura das Revoluções Científicas. São Paulo: Editora Perspectiva, 1976 (primeira edição inglesa, 1962). Recomendo que este livro seja comprado e lido na íntegra. Discutiremos em aula os capítulos 1 a 3 e o posfácio da segunda edição (1969). (LCBP)

Lakatos, Imre (1974) “Falsification and the Methodology of Scientific Research Programs”. In Lakatos & Musgrave, org. Criticism of the Growth of Knowledge Cambridge: Cambridge University Press, 1974. (LCBP)

Rorty, Richard (1988)  A Filosofia e o Espelho da Natureza . Lisboa: Publicações Dom Quixote. (1ª  edição em inglês, 1979, Princeton University Press). Discutiremos em aula Cap. VII (“Da Epistemologia à Hermenêutica”) e Cap. VIII (“A Filosofia sem Espelhos”), mas recomendamos a leitura do livro na íntegra. (JMR)

Georgescu-Roegen, Nicholas (1971) The Entropy Law and the Economic Process. Cambridge: Harvard University Press. Cap. 1 (“Science: a brief evolutionary analysis”) e Cap. 2 (“Science, Antropomorfirsm, and Dialectics”). (LCBP)

Blaug, Mark  (1980). The Methodology of Economics or How Economists Explain. Cambridge: Cambridge University Press. Part 1:“What you always want to know about the philosophy of science ...”. Há versão em português. (JMR)

Friedman, Milton (1953) “The Methodology of Positive Economics”. In Essays in Positive Economics. Chicago: University of Chicago Press. (LCBP)

Knight, Frank H.  (1956) On the History and Method of Economics. Chicago: The University of Chicago Press. Cap. 1: “Economics”: 25 a 33; Cap. 5, “Social Sciences”: 121-134. (LCBP)

Nelson, Richard R. e Sidney G. Winter (1982) An Evolutionary Theory of Economic Change. Cambridge, MA: Harvard University Press. Cap. 2 “The Need of an Evolutionary Theory”. Ler também para situar-se “Introduction”

McCloskey, D. (1983) “The Rhetoric of Economics”. Journal of Economic Literature, 21(2) junho 1983. (LCBP)

Arida, Pérsio (1996) “A História do Pensamento Econômico como Teoria e Retórica”. In José Márcio Rego, org. Retórica na Economia. São Paulo: Editora 34 1996. Texto originalmente publicado em 1983 e revisado em 1984. (JMR)

Leituras Obrigatórias Adicionais:

Bresser-Pereira, Luiz Carlos & Gilberto Tadeu Lima (1996) “The Irreductibility of Macro to Microeconomics: a Methodological Approach”. Revista de Economia Política, 16(2), abril 1996.

Meek, Ronald (1967) Economia e Ideologia. Rio de Janeiro: Zahar Editores. Cap.6 “O Método Econômico de Karl Marx”: 123-147, e Cap.12 “Economia e Ideologia”: 252-288.

Leitura Suplementar

Metodologia Científica

Habermas, Jürgen (1980) “Ciências Sociais Reconstrutivas versus Ciências Sociais Compreensivas”. Conferência pronunciada em 1980 e publicada em N. Haan, R. Bellah, e P. Rabinow, e M. Sullivan, orgs. (1983) Social Science as Moral Inquiry.

Costa, Newton A. C. (1997) Conhecimento Científico. São Paulo: Discurso Editorial.

Sobre Materialismo Histórico

Marx, K. & Frederick E. (1846) A Ideologia Alemã. Apenas o Livro 1. Qualquer edição. Primeira edição alemã, 1846.

Marx, Karl (1975) “Introdução à Crítica da Economia Política” (escrita em 1957). Ler qualquer edição. Segunda parte da Contribuição à Crítica da Economia Política.

Marx, Karl (1859) “Prefácio”  de Contribuição à Crítica da Economia Política.  Livro publicado originalmente em alemão, em 1859. Usar qualquer edição. Freqüentemente o “Prefácio” e a “Introdução...” aparecem publicados isoladamente, em coletâneas de textos.

Plekhanov, G. (1901) A Concepção Materialista da História. São Paulo: Editora Escriba, sem data. Conferência pronunciada em Paris, 1901. (Ou qualquer outro trabalho de Plekhanov sobre o materialismo histórico).

Economia e Ideologia

Robinson, Joan (1961) Filosofia Econômica. Rio de Janeiro: Zahar, 1964. Originalmente publicado em inglês, 1961.

Campo dos Economistas

Leijonhfvud, Axel (1973) “Life Among the Econ”. Western Economic Journal, 11(3), September 1973: 327-37, e

Krugman, Paul (1997) “Como eu Trabalho”. Revista de Economia Aplicada, 1(2) junho 1997: 321-331.

Samuelson, Paul (1989) “Depoimento sobre o Campo Científico da Economia”  In A Vida de Sete Prêmios Nobel de Economia. Rio de Janeiro: Forense, 1989.

Hagge, Wandyr (1997)  “A Arte do Ladrão: Reflexões sobre o Ensino de Metodologia em Economia”. Anais da ANPEC, 1997.

Metodologia Econômica Geral

Bianchi, Ana Maria, org. (1988) Metodologia da Economia - Ensaios. São Paulo: Instituto de Pesquisas Econômicas.

Blaug, Mark (1976) “Kuhn versus Lakatos, or Paradigms versus Research Programs in the History of Economics”. In Mark Blaug, Economic History and the history of Economics. New York: New York University Press, 1986. Artigo publicado originalmente em 1976.

Blaug, Mark (1980) “Economic Methodology in One Easy Lesson”. In Mark Blaug, Economic History and the history of Economics. New York: New York University Press, 1986. Artigo publicado originalmente em 1980.

Bresser Pereira, Luiz Carlos (1970) “Economia Política e Economia Formal”. Apostila FGV/SP, ECON-L 19, 1970.

Dow, Sheila C. (1996) The Methodology of Macroeconomic Thought. Cheltenham: Edward Elgar.

Knight, Frank H. (1956) On the History and Method of Economics. Chicago: The University of Chicago Press. Originally published in Encyclopaedia Britannica.

Mäki, Uskali, Bo Gustafsson e Christian Knudsen, orgs. (1993) Rationality, Institutions & “Economic Methodology”. Londres: Routledge.

Prado, Eleutério (1989) Economia como Ciência. São Paulo: Universidade de São Paulo, Instituto de Pesquisas Econômicas. Tese de livre-docência defendida em 1989.

Prado, Eleutério F. (1989) “A Meca da Economia Positiva: o Último Peregrino?”. In José Márcio Rego, org. Revisão da Crise: Metodologia e Retórica na História do Pensamento Econômico. São Paulo: Editora Bienal, 1991. Texto originalmente publicado em 1989.

Redman, Deborah A. (1993) Economics and the Philosophy of Science. Oxford: Oxford University Press.

Retórica em Economia

Rego, José Márcio (1996) “Retórica na Economia: Idéias no Lugar”. In Rego, José Márcio, org. Retórica na Economia. São Paulo: Editora 34.

McCloskey, D. (1987) The Righting of Economics. Nova York: Macmillan.

Klamer, A. & Colander, D. (1990) The Making of an Economist. Boulder: Westview Press.

Klamer, A., D. McCloskey, e R. Solow The Consequences of Economic Rhetoric. Cambridge: Cambridge University Press.

Paulani, Leda Maria (1999) “Modernidade e Discurso Econômico: Ainda sobre McCloskey”. Revista de Economia Política, 19(4) outubro 1999.

Swedberg, Richard (1990) Economics and Sociology. Princeton: Princeton University Press. Cap. 15 Entrevista com Robert Solow: 268-284.

Hoover, Kevin D. (1994) “Pragmatism, Pragmaticism and Economic Method”. In Roger E. Blackhouse (1994) New Directions in Economic Methodology. Londres: Routledge.

Entrevistas com Economistas

Klamer, Arjo (1984) Conversas com Economistas. São Paulo: Editora Pioneira, 1994. Edição original em inglês, 1984.

Biderman, C., Luis F. Cozac e José Márcio Rego (1996) Conversas com Economistas Brasileiros  São Paulo: Editora 34.

Mantega, Guido e Rego, José Márcio (1999)  Conversas com Economistas Brasileiros II. São Paulo: Editora 34.

Conselhos

Eco, Umberto (1977) Como se Faz uma Tese. São Paulo: Editora Perspectiva, 1988 (primeira edição italiana, 1977). Sugerimos comprar este livro e lê-lo todo, ainda que o autor esteja pensando em “tese de graduação”, exigida na Itália.

Centro de Economia Política (1989) “Normas para Referências Bibliográficas”. In Revista de Economia Política, quase todos os números recentes.

Sistema de Notas

1. Participação                            20%

Além do desempenho nas discussões dos textosinclui a apresentação oral da proposta de dissertação ou   desta e de um dos capítulos da monografia.

2. Prova Parcial                         20%

Resposta às seguintes perguntas (cinco páginas para cada uma):

Qual o papel da ideologia na Teoria Econômica? Qual a contribuição específica de Marx para a questão?

Por que a utilização de um metodologia principalmente lógico-dedutiva (sem prejuízo da utilização do método alternativo) seria mais indicada para a Microeconomia, enquanto o método histórico-indutivo tem-se mostrado mais fértil na Macroeconomia e na Teoria do Desenvolvimento?

3. Trabalho Semestral             30%

Proposta de dissertação ou de tese, contendo as questões que o candidato pretende responder (ou, se possível, as hipóteses com que vai trabalhar). Alternativamente, se o candidato já tem uma proposta escrita, o capítulo central da dissertação ou tese. Este trabalho, seja na forma de proposta, seja na de capítulo, deverá ter todas as características de um trabalho acadêmico.

4. Exame Final                        30%

Questões sobre a leitura obrigatória.

 

Escola de Administração de Empresas de São Paulo
da Fundação Getúlio Vargas
Departamento: Economia (PAE)
Curso: Pós-Graduação em Economia de Empresas
Disciplina: Seminário de Economia (3 créditos)
Professores: Luiz Carlos Bresser-Pereira e José Márcio Rego